Vice-líder do governo brasileiro rebate críticas de Ziegler em Montevidéu

Apr 28 2008
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[28/04/2008]

O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (PSB-RS), repudiou nesta segunda-feira (28/4), à tarde, na reunião do Parlamento do Mercosul, em Montevidéu, as declarações do relator da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à alimentação, Jean Ziegler, sobre o biocombustível brasileiro. Ziegler pediu hoje a suspensão total da produção de biocombustível no país.

Albuquerque disse que a reação contra os biocombustíveis corresponde a interesses comerciais dos países ricos. “As críticas coincidem com a crise econômica norte-americana e a proximidade da retomada das negociações da Rodada de Desenvolvimento de Doha sobre o corte das tarifas e subsídios agrícolas”, afirmou. “Temo que o discurso alarmista da escassez de alimentos seja usado para justificar a manutenção dessas barreiras, notadamente pela União Européia e pelos Estados Unidos, que são as verdadeiras responsáveis pela fome no mundo.”

O vice-líder do governo disse que o encarecimento dos alimentos é provocado, na verdade, pelos subsídios agrícolas de americanos e europeus; e acusou os norte-americanos de produzirem álcool a partir do milho, com subsídio governamental. O socialista afirmou que a produção de combustível verde do Brasil é um programa elogiado por representar uma alternativa ao agravamento do aquecimento global, da escassez dos combustíveis de origem fóssil e do quadro de instabilidade política nos países produtores de petróleo. “No Brasil, cultivamos cana-de-açúcar em apenas 1% do solo arável, e utilizamos áreas degradadas de pastagem, que não prejudicam a produção de alimentos. Por isso, estamos com a consciência tranqüila, ao contrário de países como os Estados Unidos”, disse durante a sessão do Parlamento.