Educadores populares defendem a manutenção do curso, que qualifica proissionais que já atuam
A extinção do curso de Pedagogia para Educadores Populares da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) foi tema de audiência entre a vereadora, vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara, Sofia Cavedon, e a secretária estadual da Educação, Mariza Abreu. 'Estudantes e entidades lutam pela manutenção do curso', explicou Sofia. A secretária prometeu levar o pleito à direção da Uergs. Mariza adiantou, porém, que uma decisão neste sentidosomente deverá ser anunciada no segundo semestre. 'A situação da universidade está complicada sob o ponto de vista jurídico e, por conta disso, não deve sequer realizar vestibular no primeiro semestre', comentou.
A vereadora informou que, em 17 de março, ocorrerá a primeira formatura do curso, quando 149 educadores populares serão graduados. 'Espero que esta seja a primeira turma de muitas outras', afirmou. Sofia lembrou que os formandos atuam na periferia da Capital e estão vinculados a 74, de um total de 450 entidades comunitárias que estão em atividade no município. 'Os educadores populares atendem, em média, 50 mil crianças e adolescentes em Porto Alegre, por isso, necessitam de qualificação profissional', complementou a presidente da Associação dos Educadores Populares, Tamar Oliveira.
Enquanto não há uma definição da Uergs quanto à manutenção do curso de Pedagogia para Educadores Populares, 126 professores estão matriculados no curso de Pedagogia da PUCRS, que tem ênfase em Educação Popular e que não terá qualquer ônus. 'Todos têm bolsa integral', ressaltou a vereadora. Outros 26 alunos estão freqüentando cursos de Pedagogia, Educação Física, Biomedicina e Direito do IPA, igualmente sem a necessidade de desembolso de qualquer quantia em dinheiro. A vereadora afirmou que 99% dos educadores populares são do sexo feminino. Desse universo, 82% são negras e, a maioria, é provedora das famílias.
