A suspensão da nova lei que autorizava a contratação emergencial de professores para a Universidade Estadual do RS (Uergs) adiou a elaboração do calendário de atividades acadêmicas e do edital de vestibular 2007. Com isso, os cerca de 4 mil estudantes da universidade e os vestibulandos que pretendem se candidatar aguardam a solução do impasse para dar continuidade aos estudos.
No comando da Uergs desde 2003, o reitor Nelson Boeira também não sabe se continuará no cargo, pois depende de decisão da governadora Yeda Crusius. Quando assumiu, a Uergs tinha 17 unidades próprias e 1.250 alunos. Hoje, a instituição conta com 4 mil estudantes em 24 unidades. 'Já formamos mais de mil profissionais de cursos reconhecidos pelo MEC', informou ele.
Boeira reconhece que a Universidade Estadual enfrenta problemas, como necessidade de obras e compra de equipamentos. 'A Uergs recém vai completar cinco anos de efetivo funcionamento. Tem dificuldades como qualquer outra instituição jovem e grande', avalia o reitor.
No momento, o maior impasse que envolve a Uergs se relaciona ao corpo docente. Neste mês, o Tribunal de Justiça do RS suspendeu a lei que prevê a contratação emergencial de 200 professores. Sobre o assunto, o reitor é cauteloso. 'É preciso esperar a publicação da decisão judicial. Seria precipitado se pronunciar antes.' Ele ressaltou que a universidade irá avaliar o impacto que a decisão terá sobre o calendário 2007. 'Se medidas judiciais forem cabíveis, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) poderá ingressar com ação para pedir reversão da determinação.' Nesta semana, a governadora Yeda determinou à PGE que encontre uma solução para o veto do Ministério Público à seleção emergencial dos professores da Uergs e que impede a prorrogação de contratos.
A Uergs tem hoje 280 professores, todos contratados de forma emergencial. Segundo o reitor, na próxima semana 61 docentes que prestaram concurso público serão contratados. Boeira argumenta que a universidade vem realizando concursos desde agosto/2006.
