Pronunciamento sobre a 13ª Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo
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[03/11/2009]
O deputado Beto Albuquerque (PSB/RS) pronuncia o seguinte discurso. Senhor Presidente, senhoras e senhores deputados. Estive presente na Jornada Nacional de Literatura, cuja solenidade de abertura foi realizada no dia 26 de outubro, em Passo Fundo. A jornada, em sua 13ª edição, é um patrimônio do qual gaúchos e brasileiros de todos os recantos devem se orgulhar. Num País onde a educação – ou a falta dela – é uma preocupação constante, temos a nosso alcance este evento, que se tornou, desde 1981, uma das mais importantes bandeiras pela busca incansável da formação de leitores.
Nesta batalha não há limite de idade, classe social, raça, gênero ou credo. Há exatos 28 anos a Jornada, responsável por dar ao município de Passo Fundo o título de Capital Nacional da Literatura, atrai para as já tradicionais lonas coloridas milhares de brasileiros na direção daquilo que é o maior legado de um governo ou de uma família: a educação e a cultura.
Promovidas pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e pela prefeitura local, as jornadas literárias criaram uma identidade própria. Mesmo assim, ao longo de quase três décadas têm tido também a preocupação de se adaptar à evolução dos tempos. Os desafios das novas tecnologias são perfeitamente atendidos por este evento, que já tem lugar de honra no calendário cultural do País.
Um dos grandes diferenciais é o fato de a Jornada oferecer ferramentas que possibilitam a interatividade de seus visitantes, principalmente das crianças que participam da Jornadinha Nacional de Literatura, este ano na 5ª edição.
Jovens, adultos de todas as idades e profissionais dos mais diferentes segmentos têm acesso rápido a informações. Televisores, computadores, celulares e palm tops ampliam as funções da Jornada e seduzem de forma rápida leitores e espectadores.
O delicioso movimento de virar as páginas de um livro para degustar a agradável leitura de um bom texto agora pode ser complementado com a leitura de textos eletrônicos. Apenas complementado. O manuseio de mouses ou controles remotos – símbolos dos tempos modernos – não substitui os livros impressos, razão da existência da Jornada de Literatura.
Ao agregar tecnologia ao tradicional binômio educação e cultura, a Jornada avança nos tempos e coloca como tema central “Arte e Tecnologia: Novas Interfaces”. Este será o foco orientador dos debates que a partir desta semana serão travados no Circo da Cultura, no campus da UPF.
Quase chegando aos 30 anos, esta genuína feira da cultura mostra que está madura e consolidada, pois vejamos os seus números: pessoas inscritas foram 22.000 (5.000 adultos e 17.000 entre crianças e adolescentes). Ao todo, aproximadamente 30.000 pessoas circularam nas atividades paralelas da Jornada e da Jornadinha. Livros para adultos – foram lançados 44 títulos, com a participação de 1.600 pessoas nas sessões de autógrafos, um dos quais a do livro “Quem tem Coragem”, de autoria do meu filho, Pietro de Albuquerque (in memorian). Livros para crianças – foram lançados mais de 60 livros- participação de aproximadamente 1.000 crianças por dia. Foram realizados três cafés literários, com 1.200 participantes. A peça teatral Histórias para ser criança, participaram 1.272 participantes. Ocorreram três sessões de cinema com o filme “Mr. X em o desaparecimento do diamante”, do qual participaram 1.200 pessoas, sendo distribuídos 400 livros do autor Roberto Pirovano Zanatta (in memoriam). Nas atividades com computadores, no intervalo do almoço, participaram 326 crianças e adolescentes.
Na Jornada houve espetáculos de música, de dança, de bonecos. Foram oferecidos mais de 10 cursos das mais diversas áreas, associados ao tema geral da Jornada — Arte e Tecnologia: Novas Interfaces. Pelas manhãs, além dos cursos, realizaram-se diversos eventos em vários locais do campus da Universidade de Passo Fundo: 8º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural; 3º Encontro Nacional da Academia Brasileira de Letras: Revisitando os Clássicos; 2º Encontro Estadual de Escritores Gaúchos; Seminário Internacional de Contadores de Histórias; Encontro Internacional da Red de Universidades Lectoras.
Todas as tardes eram reservadas para o Circo da Cultura, uma tenda onde aconteciam debates com intelectuais, escritores e professores, sempre mediados por Ignácio de Loyola Brandão, Alcione Araújo e Júlio Diniz, avidamente acompanhados por mais de 5 mil pessoas. À noite, também no Circo da Cultura, sempre depois de um show musical, eram realizadas as grandes conferências, com palestrantes estrangeiros e brasileiros. Estiveram lá Wim Veen (Holanda), que trouxe o tema A geração homo zappiens, Guillermo Arriaga (México), que refletiu sobre cinema e literatura, Carlo Frabetti (Espanha), que focalizou A indústria cultural e a formação de leitores, Marcello Dantas (Rio de Janeiro), que tratou do tema espaços culturais e convergência das mídias, e o premiadíssimo Cristóvão Tezza (Paraná), autor de “O filho eterno”.
Foram 130 autores convidados e 110 artistas. Na Jornadinha, as crianças circularam pelas tendas, conversando com escritores que já conheciam por meio dos livros. Cerca de 5 mil professores acompanharam os eventos e cursos. Toda essa movimentação em torno do livro acontece sob a batuta firme, incansável e positiva da professora Tânia Rösing, que teceu a colaboração entre a Universidade de Passo Fundo e a prefeitura da cidade, agregando vários apoiadores ao longo dos últimos 28 anos. Portanto, a Jornada Nacional de Literatura é responsável pela disseminação do gosto pela leitura de nossas gerações e contribuirá para o avanço ainda mais rápido de nosso Brasil. Para que as pessoas se interessem pela leitura, além do acesso ao livro é necessário um ambiente que o valorize. Se vivemos numa sociedade que não dá valor ao livro, dificilmente nos sentiremos atraídos para a experiência profunda e transformadora da leitura. Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, desde 1981 dá o exemplo, organizando a Jornada Nacional de Literatura, e hoje merecidamente ostenta o título de Capital Nacional da Literatura, concedido pela lei, de minha autoria, número Lei nº 11.264/2006. Como disse a escritora Lucília Garcez, em artigo publicado hoje no jornal Correio Braziliense, “a formação de leitores depende de uma valorização do livro pela sociedade. É isso que a Jornada de Passo Fundo revela: um intenso reconhecimento do livro, da leitura e da literatura como caminho para ampliar os horizontes, a competência crítica e as habilidades necessárias aos indivíduos para o exercício pleno da cidadania”.
Muito obrigado
Deputado Beto Albuquerque
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